Já reparou como os joguinhos no namoro ou na fase da conquista são mais comuns do que frio no inverno?
É difícil achar alguém que nunca tenha os feito ao longo da vida.
“Mas de que jogos você está falando? De videogame ou celular?” – podem estar pensando alguns.
Na verdade, refiro-me aos “joguinhos de sedução”, aquelas atitudes que tomamos para nos sentir no controle do relacionamento.
Exemplos não faltam:
– Querer mandar mensagem, mas não mandar, pois o desejo é que a outra pessoa mande primeiro;
– Demorar para responder mensagens só para mostrar que não está tão disponível;
– Não atender ligações da pessoa para dizer que estava muito ocupado (a), quando na verdade não estava;
– Fazer ciúmes de propósito para mostrar que há outras pessoas interessadas;
– Fingir que não se importa quando a pessoa faz algo que incomoda só para mostrar desapego;
– Alternar entre atitudes que demonstram desprezo e carinho, pois essa imprevisibilidade atrai a atenção da pessoa;
Esses são os mais comuns, mas basta pensar um pouco mais para vir outros exemplos.
Razões por trás dos joguinhos no namoro
Há principalmente duas coisas que motivam esses joguinhos no relacionamento.
A primeira é o prazer de sentir que está no controle da relação ou da conquista, algo intimamente ligado ao pecado do orgulho.
Lembremos que o orgulho (vaidade, soberba) consiste essencialmente em se achar superior as outras pessoas.
Por isso, quando sinto que sou eu quem dito o ritmo do relacionamento e que é a outra pessoa que precisa me cortejar e não o contrário, meu ego se excita e eu me acho a última Coca-Cola do deserto.
A segunda razão que motiva os joguinhos tem a ver com os dias atuais.
Vivemos em um tempo onde demostrar sentimentos é sinal de fraqueza, até quando é preciso demonstrar.
Recordo de uma pergunta que reflete isso. Um seguidor me perguntou se ele devia mostrar interesse pela moça, mesmo correndo o risco de “ficar na mão dela”.
Percebe como ele encarava a conquista como uma competição e não uma parceria? Como uma quebra de braços e não um aperto de mãos?
E isso está presente em homens e mulheres. Qual moça nunca ouviu que precisa ignorar o rapaz, pois “homem gosta de mulher que maltrata”?
Relacionamentos que deveriam ser prazerosos e agradáveis, tornam-se uma briga de egos.
Por que você deve evitar esses comportamentos
Talvez você já tenha assistido um filme em que o Will Smith interpreta um guru da sedução (Hitch – Conselheiro amoroso).
É um filme divertido e desde que você consiga filtrar algumas coisas, dá para tirar bons ensinamentos dele.
Por exemplo, uma lição é o fato de que muitas vezes as técnicas de sedução mais atrapalham do que ajudam.
Beleza, mas por que estou falando disso? Porque atualmente temos inúmeros “conselheiros amorosos” nas redes sociais e no Youtube.
Pessoas que ensinam moças e rapazes a conquistar alguém ou a fazer bons relacionamentos durarem.
Confesso que não vejo nada de errado nisso, inclusive os conselhos que dou no Santo Namoro têm esse objetivo.
Porém, conselhos que estimulam os joguinhos no namoro ou na conquista fazem mais mal do que bem – tanto para o parceiro, quanto para quem os pratica.
A seguir, listo os 3 principais problemas que esse comportamento causa:
1) Estimula o orgulho e o egoísmo
Como já dito, fazer joguinhos tem como pano de fundo o orgulho, a ideia de ser superior a outra pessoa.
Junto a isso também vem o egoísmo, pois em nenhum momento a pessoa pensa no bem-estar da outra, mas somente no próprio.
Ora, nada disso é cristão.
Quem tem tais atitudes não conseguirá ceder em uma discussão, pedir desculpas de modo sincero e se autodoar quando for necessário – coisas essenciais para um bom relacionamento.
Dessa forma, quem quer um namoro santo, precisa praticar as virtudes – como a humildade e a bondade – em todos os comportamentos.
2) Causa ansiedade em você e no outro
Voltemos ao exemplo daquele rapaz que não queria “ficar na mão” da pretendente.
Imagine o nível de ansiedade e apreensão dele na seguinte situação.
Suponha que ele recebeu uma mensagem e não está fazendo nada. Então ele pensa em responder, mas lembra que tem que esperar X minutos, pois não pode mostrar que está tão disponível assim.
O coitado vai ficar esses X minutos ansioso, apreensivo, nervoso, esperando dar o tempo para ele dizer “Oi” para a moça.
Por sua vez, a moça quer conversar com o rapaz, mas ele demora tanto que ela fica aflita, ansiosa e às vezes até com raiva.
No fim, uma conversa que poderia ser prazerosa e longa, torna-se irritante e curta, pois ninguém tem o dia todo para ficar esperando a resposta do outro.
De que valeu esse joguinho?
3) Desgasta a relação
No início os joguinhos funcionam, por isso muita gente os utiliza. Eles fazem a outra pessoa correr atrás, ficar mais atenta a você.
Porém, chega um momento que a pessoa fica cansada desses comportamentos, pois ela percebe que está sendo manipulada. É aí que vem o desgaste ou mesmo o término do relacionamento.
Note, então, que são estratégias que não se sustentam a longo prazo.
Equilíbrio em vez de manipulação
Por fim, talvez você esteja pensando: “Ok, joguinhos no namoro/fase da conquista são bobagens, mas então tenho que ser grudento e estar disponível toda a hora?”.
Evidente que esse extremo também é errado. O que devemos buscar é o equilíbrio no relacionamento.
Em resumo, ter equilíbrio é ter bom senso.
É separar um tempo para estar disponível para a pessoa e separar um tempo para fazer suas tarefas, hobbies e responsabilidades.
É demonstrar interesse, fazer declarações, mas sem mostrar dependência, submissão ou um romantismo enjoativo.
Também é realçar que se importa com a pessoa, sempre tomando cuidado para não colocá-la como o centro do mundo.
O bom senso coloca todas as coisas nos seus devidos lugares.
Enraizando o conhecimento…
Nesse artigo você entendeu por que joguinhos no namoro e na fase da conquista não devem ser feitos.
Antes de dar tchau, quero te fazer uma pergunta. Você quer saber (com detalhes) por que o sexo é exclusivo para casados e não para namorados, sem precisar ler vários livros sobre o assunto?
Se sim, quero te dar um presente.
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Deus abençoe.
Católico, catequista, escritor e nutricionista. Autor do Projeto Santo Namoro & namorado da Tainá. Siga o @santonamorooficial no Instagram.