O que é o amor e o que é paixão? São perguntas que deveríamos saber responder facilmente, afinal, são dois assuntos mega populares.
Talvez você se lembre da primeira pessoa por quem se apaixonou, provavelmente um colega da escola ou da vizinhança.
Talvez você se recorde da primeira vez que disse um “eu te amo” para alguém que não era da sua família.
E, quem sabe, se lembre das vezes que pensou estar amando alguém, mas que hoje você tem dúvidas se realmente era amor.
Enfim, amor e paixão são temas que estão em alta há séculos, mas que ainda são pouco entendidos. Por isso, vale a pena falar um pouco das diferenças de um e outro.
O que é o amor?
Se você pesquisar no Google, provavelmente achará que amor significa um “sentimento intenso entre duas pessoas”.
Essa definição não está errada, pois de fato, o amor remete a um sentimento forte, sólido, potente. Mas convenhamos, esse significado é muito pobre e raso, pelo menos para nós cristãos.
Digo isso porque também temos uma definição de amor na Bíblia. Quando abrimos em 1 João 4, 16 lemos o seguinte: “Deus é amor”.
E o que esse amor fez? Ele desceu dos céus, se encarnou no ventre na Virgem Maria, passou a vida ensinando como conseguir a salvação e, por fim, sofreu e morreu pelos nossos pecados.
Percebe a enorme diferença entre a definição de amor achada no Google e a definição achada na Bíblia? A primeira é algo superficial, já a segunda é algo divino.
A segunda definição, portanto, é o modelo que devemos seguir nos nossos relacionamentos.
Agape & Eros
Aproveitando o assunto, faz sentido explicar as diferenças das duas dimensões do amor segundo a Encíclica “Deus Caritas Est” do Papa Bento XVI.
A Encíclica diz que o amor tem principalmente duas dimensões.
A primeira é o Agape. Ele remete ao amor que se doa, que se sacrifica, que se entrega. Quando falamos de Jesus, normalmente esse é o amor que vem à mente, pois lembramos da Sua paixão, morte e ressurreição.
Por sua vez, a segunda dimensão é o Eros. Ele remete ao amor apaixonado, desejoso, que busca se unir ao outro. Dele se origina as palavras: erótico e erotismo.
Ao ouvir essas palavras, é comum lembrar de coisas nada santas, como a pornografia, por exemplo.
Isso acontece porque muito antigamente os gregos associaram o Eros à prática sexual desenfreada – eles idolatravam o prazer. Essa associação permaneceu ao longo do tempo.
Contudo, como conta São João Paulo II na Teologia do Corpo, o Eros originalmente é bom, por isso ele não pode ser excluído por nós, mas sim santificado.
Portanto, devemos amar as pessoas com Agape e Eros juntos. Mas em vez de ser um Eros que quer usar o outro como um objeto, deve ser um Eros que busca estar na presença do outro de uma forma pura.
O que é paixão?
Por sua vez, paixão é um sentimento muito forte de atração por alguém. Note, então, que ela é um pouco parecida com o Eros.
Ela é comum principalmente na fase da conquista e no início de relacionamentos.
Para exemplificar bem, basta lembrar daqueles casais que querem ficar juntos o tempo inteiro, que fazem declarações a todo momento e que não se cansam um do outro por nenhum segundo.
Quando a paixão é exagerada, ela tende a causar a dependência emocional, assunto que já tratei por aqui (clique para ler).
Sendo assim, veja que a paixão é algo bom, mas que precisa ser controlada.
Diferenças entre amor e paixão
Apesar de serem confundidas frequentemente, basta analisar com um pouco mais de atenção para ver que existem várias diferenças entre amor e paixão.
Para o artigo não ficar longo, vou falar das 4 principais.
1) Estabilidade e intensidade
A primeira diferença é que o amor é estável e duradouro, já a paixão é intensa e tem prazo de acabar.
Em outras palavras, o amor é como aquelas chuvas finas que ficam na mesma intensidade e que permanecem o dia todo, sabe?
Já a paixão é como aquelas chuvas de verão que são fortes, intensas, mas que duram dez ou vinte minutos.
Por isso, quanto mais o tempo passa, maior a tendência do amor aumentar – se ele for cultivado da forma certa. Por outro lado, maior a tendência da paixão diminuir, o que é normal.
2) Tempo para acontecer
A segunda diferença foi abordada de forma sucinta na primeira. O amor precisa de um tempo para ser desenvolvido e criar raízes.
Esse tempo não é uma ou duas semanas, normalmente são meses, às vezes anos, para realmente amadurecer.
Em contrapartida, uma paixão pode acontecer à primeira vista, mesmo sem um conhecimento prévio.
Quem nunca se apaixonou por alguém, mesmo sem trocar meia dúzia de palavras, que atire a primeira pedra.
3) Cegueira
A terceira diferença entre amor e paixão tem a ver com não enxergar os defeitos um do outro.
Existe um ditado que diz que o amor é cego, mas na verdade é a paixão que é cega, o amor enxerga muito bem.
O amor consegue perceber tanto os defeitos, quanto as qualidades da pessoa. Já a paixão olha uma qualidade e já idealiza na mente uma pessoa que muitas vezes não existe.
Depois, quando a paixão passa, a pessoa enfim enxerga que o outro não era tão perfeito quanto parecia.
4) Felicidade
Por fim, o amor tende a querer fazer a outra pessoa feliz, já a paixão tende a querer buscar a própria satisfação e felicidade. Ou seja, o amor é altruísta e a paixão é egoísta.
Um exemplo claro é o seguinte:
O namorado quer ver a namorada, mas ela está bem cansada por ter trabalhado o dia inteiro. Se a paixão estiver maior que o amor, ele vai querer vê-la mesmo assim, pois é um desejo dele.
Já se o amor estiver maior do que a paixão, ele preferirá deixar a namorada descansando, pois ele se importa mais com o bem-estar dela.
Enraizando o conhecimento…
Neste artigo você aprendeu as principais diferenças entre amor e paixão.
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Deus abençoe!
Católico, catequista, escritor e nutricionista. Autor do Projeto Santo Namoro & namorado da Tainá. Siga o @santonamorooficial no Instagram.
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