Descubra se tem vocação ao matrimônio – Aprenda a discernir

Saber se tem a vocação ao matrimônio é uma das coisas que mais mexem com a pessoa das pessoas de Igreja.

Apesar dos inúmeros artigos, vídeos e eventos que falam do tema na internet, é incrível como cresce o número de pessoas que não sabem se são chamadas ao casamento, ao sacerdócio ou à vida religiosa.

Isso mostra principalmente duas coisas.

Primeiro, que essas pessoas querem saber a vontade de Deus e segui-la, o que é excelente.

Segundo, que talvez o discernindo não está sendo muito claro, e que por isso as dúvidas só aumentam.

Dessa forma, esse artigo buscará te ajudar a ouvir a voz de Deus mais facilmente, para assim saber se tem vocação ao matrimônio. Comecemos!

Afinal, o que é vocação?

A palavra vocação significa “chamado”, mas não é um chamado qualquer, é um chamado de Deus.

Desde o momento da concepção, no ventre das nossas mães, Deus nos deu um propósito.

Basta lermos  Jeremias 1, 5 para ver que “Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes de teu nascimento, eu já havia te consagrado”.

Assim, eu e você temos um propósito especial na vida, uma missão.

O Catecismo da Igreja dá nome a essa missão: chama-se Santidade, uma união íntima com Cristo! Portanto, essa é a nossa vocação comum, todos temos esse chamado.

Como conta São Josemaria Escrivá, dentro dessa vocação comum, Deus convida cada pessoa a percorrer um caminho específico para alcançar a santidade.

A uns Ele chama para a vida religiosa (como o sacerdócio/convento), a outros para o matrimônio e a alguns para a vida celibatária leiga.

Veja, muda-se os caminhos, mas o destino continua o mesmo: a santidade.

Quando percebemos isso, sai um peso enorme das nossas costas, pois entendemos que estamos indo para o mesmo lugar, só muda o veículo.

Logo, se usarmos o veículo que Deus nos convida a usar (sacerdócio, matrimônio, vida consagrada ou celibato), o caminho tende a ser mais leve do que se usássemos outros.

Dúvidas sobre a vocação ao matrimônio

Entendido isso, por que será que tanta gente tem dúvida sobre a própria vocação? Acredito que por alguns motivos.

Primeiro, porque nem sempre o discernimento é simples.

Realmente, ouvir a voz de Deus não é tão fácil assim. Como exemplo, basta comparar a quantidade de pessoas que entram no seminário com aquelas que se tornam padres.

Muitas acreditavam que tinham a vocação sacerdotal, mas com a experiência e o passar dos anos perceberam que não.

Segundo, porque falta oração e silêncio para a maioria das pessoas.

Como veremos mais para frente, a oração é uma via de mão dupla: nós falamos com Deus e Ele conosco. Logo, é nela que iremos perceber a voz divina.

Terceiro, porque falta autoconhecimento.

Uma das formas de confirmar a vocação é olhando a própria história, desejos e talentos. Quem não se conhece fica totalmente perdido.

Quarto, porque falta confiança em si e em Deus.

Tem gente que já sabe a vocação, mas se sente insegura, seja porque não confia em si ou em Deus, seja porque se importa mais com a opinião dos outros do que com a própria.

Cansei de ver pessoas perdendo o sono porque todos falavam que elas deveriam seguir a vocação X, mas elas sabiam que eram chamadas a Y.

Por último, porque confundem vocação com admiração.

Não é porque você admira a vida no convento, que necessariamente esse é o seu chamado. E isso também vale para a vocação matrimonial e sacerdotal.

Eu, por exemplo, admiro muito os sacerdotes, mas nem por isso me sinto chamado a ser padre. É essencial diferenciar as coisas.

Discernindo a vocação ao matrimônio na prática

Dito tudo isso, como, enfim, saber qual é a nossa vocação?

Separei 4 tópicos que vão te ajudar muito no discernimento. Aplique todos eles e garanto que em algum tempo você terá uma visão mais clara sobre sua missão.

1) Oração

São Josemaria Escrivá conta que o ambiente mais propício para se descobrir uma vocação é o ambiente de oração.

Por isso, em todas as orações peça que o Espírito Santo te mostre qual é a vontade dEle para a sua vida.

Diga com fé: “Espírito Santo, dissipa as minhas dúvidas, mostra-me o caminho que devo seguir”. Ore isso todos os dias que pouco a pouco tudo vai clarear.

Ademais, sempre esteja na graça, confessando-se e comungando frequentemente, pois isso limpa os nossos “ouvidos espirituais” e nos permite ouvir Deus mais nitidamente.

2) Observação

A observação ajuda muito a confirmar aquilo que Deus fala na consciência, sobretudo na vocação ao matrimônio.

Por exemplo, desde a infância me imagino sendo esposo, tendo filhos, tendo uma casa, enfim, exercendo esse estado de vida.

Por isso, sempre foi evidente que esse era o meu chamado.

Assim, observe a sua história, dons, anseios e outros sinais (sobrenaturais ou não) que possam apontar para uma determinada vocação.

Normalmente quem é vocacionado ao matrimônio conta que sonha em casar, em cultivar uma família, em educar os filhos, enfim, em fazer coisas de gente casada.

3) Imaginação

É importante falar que a vocação não pode fazer seu coração ficar triste, pesado e contrariado, pois senão há algo de errado.

Por exemplo, se ao se imaginar tendo uma família, você se sente mal e faz cara feia, talvez esse não seja o seu chamado, porque a vocação é um caminho de felicidade e não de amargura.

Porém, é bom ter cuidado, pois a falta de conhecimento e o medo também podem provocar sentimentos ruins na hora de se imaginar exercendo a vocação.

Por isso a importância de conhecer bem cada uma das vocações. É legal conviver com pessoas que vivem o chamado que estamos em dúvida.

4) Paciência

Por fim, como já dito, nem sempre discernir a vocação é fácil. Às vezes demanda tempo e está tudo bem.

O tempo costuma ser um bom filtro de vocações, pois com o passar dele as emoções se acalmam e tudo fica mais nítido.

Uma boa atitude é ter um diretor espiritual ou um padre amigo para te ajudar ao longo desse período.

Enraizando o conhecimento…

Nesse artigo você viu que a vocação é um chamado de Deus para a santidade, que pode ser alcançada por diferentes estados de vida.

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Deus abençoe!

Lucas Rodrigues

Católico, catequista, escritor e nutricionista. Autor do Projeto Santo Namoro & namorado da Tainá. Siga o @santonamorooficial no Instagram.